terça-feira, 30 de dezembro de 2008

In The New Year



Ainda tô devendo listas sobre os melhores filmes do ano, mas logo após voltar da minha viagem (curtinha) pretendo atualizar esse blog aqui. As da melhores músicas e discos também, mas certamente vão ser prejudicadas porque tem muitas coisas que eu ainda quero ouvir (e só não fiz isso até agora porque meu mp3 quebrou - tem uma pilha acumulada aqui).

Enfim, até lá, fiquem aí com um clipezinho da melhor musica do ano, que ainda não decidi se é realmente esperançosa ou é um simplesmente um delírio bêbado. E Feliz Ano Novo pra vocês, é claro!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Dois Filmes de Jim Jarmusch

Primeiramente, vão me desculpando a falta de atualizações (apesar de eu achar que realmente ninguém se importa), e o pior de tudo é que dessa vez é por descaso mesmo, já que atualmente tenho tempo livre de sobra. Tô vendo muitos filmes e vou tentar deixar de preguiça e escrever sobre o que eu tenho (re)visto dos Irmãos Coen e do Billy Wilder. Enquanto isso, coloco aqui dois textos que havia feito já há algum tempo, mas só agora passei a limpo.

Dead Man (1995)


É um típico filme do Jim Jarmusch, com a diferença de vir transvertido de western, o que certamente só melhora a experiência de vê-lo. O ritmo lento e pausado que caracterizam a obra do cineasta se encaixa muito bem dentro desse gênero, mas os seus elementos são reconstruídos de modo que possam adentrar melhor no universo jarmuschiniano: o protagonista vivido por Johnny Depp, assim como o John Lurie de Estranhos no Paraíso ou o Bill Murray de Flores Partidas, se encontra completamente desorientado, uma pessoa ainda à procura de um lugar, perdidos em um ambiente desconhecido. Com o passar do tempo, Dead Man também ganha uma conotação mística, especialmente devido ao personagem do índio, cuja construção passa longe do convencional (é um homem solitário e que ajuda o protagonista a ganhar um maior conhecimento espiritual). É uma espécie de jornada existencial e também um trabalho bastante atemporal: não parece de modo algum ter sido feito em 1995, mas também passa longe de ser um faroeste dos anos 40/50. Deve estar perdido em um lugar qualquer, assim como todos os heróis de Jim Jarmusch.

Down By Law (1986)

A imagem “http://www.bergen-filmklubb.no/images/Down_by_Law.jpg” contém erros e não pode ser exibida.

Down by Law confirma qual é o verdadeiro foco e principal obsessão do cinema de Jim Jarmusch: contar estórias sobre desajustados. Por isso mesmo se aproxima bem mais de um Estranhos no Paraíso (um belo filme, mas um tanto decepcionante - e acabou não ganhando foco nesse texto porque já o vi há bem mais tempo que esses outros dois) do que de um Dead Man, que, como disse acima, vem embalado de filme de faroeste. Por outro lado, são dois trabalhos que se aproximam bastante devido àquela atmosfera meio lírica (não sei se esta é a palvra correta, mas enfim...). Os personagens mais uma vez se encontram perdidos em uma América desolada, homens solitários buscando o "lugar certo"; são autênticos "rain dogs", "outsiders" por excêlencia (talvez por isso mesmo que a escolha do genial - tanto como músico quanto como ator - Tom Waits para viver um dos protagonistas é mais do que acertada).

Possui certas irregularidades no ritmo, mas nada de imperdoável: a primeira meia hora é toda muito boa (assim como a linda sequencia de abertura com Jockey Full of Bourbon, uma das minhas canções favoritas de Waits), mas o filme cai um pouco na parte seguinte, nas primeiras cenas na prisão, recuperando-se de vez com a entrada de Roberto Benigni, ator que geralmente acho insuportável, mas que aqui possui uma performance genial, memorável (pode não ser a alma de Down By Law, mas certamente é o coração). E é mais ou menos a partir da famosa cena do "We All Scream for Ice-Cream" (que devidamente recebeu um post só dela), quando a química entre os atores já parece consolidada e quando a relação entre filme-espectador já é completa, Down by Law se torna pra mim um daqueles filmes que te deixam totalmente absorvidos em todo aquele universo criado, uma sensação de bem-estar muito rara de se sentir (especialmente na vida real, é claro).

Para completar, temos ainda uma bela trilha sonora composta por John Lurie, também interpretando um dos papéis principais, fotografia lindona de Robby Muller, colaborador de Jarmusch em outros filmes como Estranhos no Paraíso, e um plano final que é realmente perfeito.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Cláudio Assis

Amarelo Manga (2002)
Baixio das Bestas (2007)



É muito provavelmente o mais polêmico cineasta brasileiro em atividade, seja pelo forte conteúdo de seus filmes ou pelas suas declarações (algumas estúpidas, outras hilárias – talvez justamente por serem estúpidas) em público. Somente isso já seria suficiente para coloca-lo na lista de cineastas mais interessantes (o que não significa que ele seja necessariamente bom) do atual cenário brasileiro, independentemente da qualidade de seus filmes (ou da falta dela). Amarelo Manga e Baixio das Bestas tem tantos detratores como defensores, mas é bom observar que existe uma linha tênue que os separam. Ambos podem até pertencer a um tipo de cinemas extremo, que buscam “ultrapassar os limites”, mas a abordagem dos fatos não é tão parecida assim.


Amarelo, sua estréia, funciona como uma alegoria, com alguns personagens que parecem saídos de algum sonho maluco (ou de Trópico de Câncer, do Henry Miller – especialmente naquela parte sensacional em que dois personagens chegam na “casa de loucos”), assumidamente caricatos. Retira o humor (por vezes doentio) do grotesco, criando um retrato realmente singular do brasileiro médio, com uma representação extremamente viva e pulsante do cotidiano. Talvez seja justamente essa irreverência que o distancie do Baixio das Bestas, que entra mais no território da denúncia barata. As caricaturas, agora, parecem ser levadas a sério, como se esta fosse o relato mais fiel da “realidade” (até personagens falsamente ambíguos, como o avô – que reclama da falta de moral do mundo ao mesmo tempo em que explora sua filha (e neta, diga-se de passagem) – acabam se revelando apenas extremamente rasos). Todo o discurso soa apenas reducionista, simplificado e limitado, especialmente ao retratar a classe média. O choque é fácil e toda a sua linguagem me parece mais infantil do que “revoltada”.

Agora, o meu maior interesse é saber qual e como será o próximo passo de Assis. Mas há também a grande possibilidade dele morrer de cirrose antes que esse dia chegue.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Oscar 2010

Se tudo ocorrer como o esperado, alguém mais duvida que o Oscar de 2010 será disputado por estes dois filmes? Dois gigantes (Spielberg mais pelo nome, na verdade) filmando dramas biográficos sobre dois importantíssimos presidentes norte-americanos (podendo dar o primeiro Oscar do Di Caprio, aliás - assim como o do Neeson).

Mas, em compensação, toda a corrida para o prêmio seria bem menos emocionante que a desse ano ou a do ano anterior...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Sobre as Indicações do Globo de Ouro



Pois é, hoje pela manhã foram anunciados os indicados ao Globo de Ouro, e, mesmo que o prêmio já não seja mais um grande termômetro para o Oscar, o completo fracasso de Milk aqui, que ficou apenas com uma indicação para o Sean Penn em Ator-Drama (aliás, os cinco concorrentes dessa categoria tem grandes chances de serem os mesmos do Oscar - talvez saindo Di Caprio para a entrada de Clint), pode de certo modo influenciar negativamente, apesar de que não se pode de modo algum descartá-lo. Talvez seja o filme de Van Sant o Na Natureza Selvagem desse ano, ao contrário do que disse no post abaixo, já que Slumdog Millionarie (que ficou mesmo entre os indicados de Filme-Drama e não os de Comédia/Musical, como eu pensava - o mesmo aconteceu com O Casamento de Rachel, o que muito provavelmente o prejudicou) confirma seu favoritismo (assim como Benjamin Button - com Revolutionary Road e Frost/Nixon demonstrando serem também fortes concorrentes). Gran Torino (indicado apenas em Canção), The Wrestler (que, suspeito, não entrará na categoria principal do Oscar) e Doubt também foram excluídos, sendo que esse último entrou em outras 5 categorias (emplacando inclusive duas atrizes coadjuvantes); nenhum deles, no entanto, pode ser deixado de lado. Outra surpresa foi a inclusão do novo filme do Stephen Daldry, The Reader, do qual eu nem sabia da existência, crescendo também para o Oscar.

Agora, fiquei muito feliz em ver que não só o Robert Downey Jr. como também o Tom Cruise foram lembrados pelo Trovão Tropical, e a sua exclusão na categoria principal de Comédia-Musical e a entrada de Mamma Mia! me deixa um pouco perplexo. Aliás, nessa categoria me surpreendeu também a ausência de Wall-E, com In Bruges também concorrendo (assim como Collin Farrel e Brendan Glesson em Melhor Ator, a categoria mais louca desse ano), sendo que o favorito me parece ser mesmo o filme de Mike Leigh, Happy Go-Lucky, que possivelmente levará também para casa o prêmio de Melhor Atriz para Sally Hawkins.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Globo de Ouro 2008



Ao que tudo indica, a corrida para o Oscar desse ano será tão emocionante e divertida de se acompanhar como a do ano passado. Já começam a ser divulgados os prêmios que são os principais termômetros pra a premiação, como o National Board of Review, e nesta quinta saem os indicados para o Globo de Ouro. Pensei em fazer uma lista de apostas para todas as categorias, mas é um prêmio tão abrangente que realmente fica difícil prever os indicados em cada umas das categorias.

Pra filme-drama tenho quase toda a certeza de que o número de indicados excederá (e muito, talvez) o número convencional, de cinco filmes, algo que acontece com bastante freqüência na premiação, ainda mais em um ano como esse, com inúmeros filmes disputando a vaga na categoria. Temos Milk, do Gus Van Sant (com Sean Penn e Josh Brolin com grandes chances de ganhar indicação, The Wrestler, de Darren Aronofski, O Curioso Caso de Benjamin Button, do David Fincher, Gran Torino, do Clint (esse, pode ter certeza, ainda vai crescer muito), além de outros muito cotados, como Revolutionary Road, novo do Sam Mendes, Batman (acho que todo mundo já viu pelo menos o trailer, né?), o maior engodo do ano, Doubt, baseada em peça vencedora do Pulitzer, Frost/Nixon, do Ron Howard (que deve ganhar pelo menos uma indicação para Frank Langella). Com isso, diminuem quase que completamente as chances (que para mim nunca existiram) de Austrália ganhar uma vaga, visto o seu fracasso de crítica e, principalmente, de público.

Outros dois fortíssimos concorrentes acho que poderão ser enquadrados na categoria de comédia-musical, até para que suas chances aumentam: O Casamento de Rachel, do Jonathan Demme, e Slumdog Millionare, do Danny Boyle, que fica cada vez mais forte com o passar do tempo, especialmente após vencer o NBR (mas tenho que admitir que ele me cheira a Na Natureza Selvagem). Wall-E muito provavelmente ganhará sua vaga, sendo também um concorrente de peso, além de outros que ao meu ver possuem bastante chances, como Vicky Cristina Barcelona (Penélope Cruz ao menos é nome certo – talvez a grande favorita a atriz coadjuvante no momento), Queime Depois de Ler (adoraria ver pelo menos o nome de Pitt entre os indicados), The Visitor, do mesmo diretor de O Agente da Estação e torço para que Trovão Tropical e Robert Downey Jr. concorram.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Filmes de Novembro

A imagem “http://filmsdefrance.com/2001_Eloge_de_l_amour.jpg” contém erros e não pode ser exibida.

Instinto Selvagem (Basic Instinct, 1992, Paul Verhoeven) - * * * *
Snow Angels (2007, David Gordon Green) - * * *1/2
Amarelo Manga (2002, Cláudio Assis) - * * *1/2
Prazeres Desconhecidos (Ren Xiao Yao, 2002, Jia Zhang-Ke) - * * *1/2
Uma Garota Dividida em Dois (La Fille Coupée en Deux, 2007, Claude Chabrol) - * * *1/2
Quantum of Solace (2008, Marc Forster) - * *
007 Contra o Satânico Dr No (Dr. No, 1962, Terence Young) - * * *
Vicky Cristina Barcelona (2008, Woody Allen) - * * *1/2
Arca Russa (Russkiy Kovcheg, 2002, Aleksandr Sokurov) – * *1/2
À Meia Noite Levarei sua Alma (1964, José Mojica Marins) – * * * *
Guerra Conjugal (1975, Joaquim Pedro de Andrade) – * * *1/2
Os Inconfidentes (1972, Joaquim Pedro de Andrade) – * * *
La Belle Personne (2008, Christophe Honoré) – * * * *
Beijo na Boca, Não (Pas Sur la Bouche, 2003, Alain Resnais) – * * *
Elogio ao Amor (Éloge de L'amour, 2001, Jean-Luc Godard) – * * * *1/2
Ei, Meu Irmão e Nossa Namorada (Dan in Real Life,2007, Peter Hedges) – * * *1/2
O Conformista (Il Conformista, 1970, Bernardo Bertolucci) - * * * *