domingo, 26 de julho de 2009

Melhores e Piores do Semestre

Lista feita para o ranking da Liga dos Blogues.

MELHORES



01. Gran Torino (Clint Eastwood)
02. A Bela Junie (Christophe Honoré)
03. Milk (Gus Van Sant)
04. Entre os Muros da Escola (Laurent Cantet)
05. O Lutador (Darren Aronofski)
06. A Troca (Clint Eastwood)
07. O Curioso Caso de Benjamin Button (David Fincher)
08. Simplesmente Feliz (Mike Leigh)
09. O Casamento de Rachel (Jonathan Demme)
10. O Equilibrista (James Marsh)

PIORES
01. Quem Quer Ser um Milionário (Danny Boyle)
02. O Leitor (Stephen Daldry)
03. A Proposta (Anne Fletcher)
04. Foi Apenas um Sonho (Sam Mendes)
05. Pagando Bem, Que Mal Tem? (Kevin Smith)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A 2ª Temporada de Twin Peaks



Não vou escrever um texto muito longo, mas não podia deixar de falar nem que seja um pouquinho sobre a segunda temporada de Twin Peaks. Comecei a assisti-la a uns dois anos, mas só fui termina-la nas minhas férias desse ano! Como vocês podem perceber, sou extremamente indisciplinado em relação a acompanhar seriados (exceto aqueles em que assisto com o pessoal de casa, como Dexter e Lost), mas decidi tomar vergonha na cara e vi os três episódios que me faltavam de uma vez só, em uma madrugada (o que intensifica a experiência, acreditem). Só tenho a dizer que os primeiros sete episódios são o que de melhor uma série de TV já produziu e que depois a série fica com altos e baixos, conseguindo se recuperar na parte final (afinal, um personagem importante se vai, mas existem coisas interessantes para se explorar) e se redimindo por completa naquela fenomenal season finale, épica. Ainda fico me perguntando como os produtores deixaram essa anomalia ser feita, simplesmente foge de qualquer padrão estabelecido pela televisão (norte-americana ou não), o paraíso lynchiano (uma descida ao inferno para muitos). Talvez tenha tantos detratores por causa disso e ainda termina com um cliffhanger, mas, honestamente, depois daquilo não precisava de mais nada; foi um final perfeito, melhor impossível.

E agora, fiquem com Twin Bricks (mas só pra quem já assistiu à todas as temporadas da série):

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A Trilogia do Silêncio de Bergman

Através de um Espelho (Såsom i en Spegel, 1961)
Luz de Inverno (Nattvardsgästerna, 1962)
O Silêncio (Tystnaden, 1963)

Lembro que nem na época da morte de Bergman eu fiquei tão interessado em conhecer a obra do sueco quanto agora (talvez porque eu já estivesse sob o impacto da morte do Antonioni, de quem eu era muito mais fã - e ainda sou, na verdade, embora precise rever a maioria de seus trabalhos). Com essas minhas férias e resolvi tirar o atraso e descobri algumas jóias do cineasta, como A Fonte da Donzela, além da trilogia do silêncio, que falo sobre agora.



Através de um Espelho foi o que a iniciou, ganhando o segundo Oscar de Bergman (e consecutivo!) e talvez seja o que mais me envolveu. Em comparação com os outros dois, é sem dúvida o seu trabalho mais típico, ainda pertencente à fase de filmes como Morangos Silvestres. Das musas do diretor, a que mais agrada aos meus olhos agrada é Herriet Anderssen (ainda vejo Monika e o Desejo, ah!), que aqui vive a protagonista. É uma obra que evidentemente descende muito do teatro (assim como outros filmes de Bergman), especialmente devido ao número limitado de cenários (ainda que contenha vários planos abertos - toda a ação se passa em uma praia) e personagens (quatro, no total). Melhor assim, pois Bergman pode se aprofundar à vontade no retrato intimista e sempre muito intenso de uma família, nos apresentando à sua lenta desintegração (ao mesmo tempo em ocorre a perda da sanidade da personagem de Anderssen, Karin - mesmo nome da mãe de Bergman; alguma ligação, será?).



O filme que seguiu "Através de um Espelho" foi feito logo no ano seguinte, "Luz de Inverno", com Bergman abertamente inspirado no filme "O Diário de um Pároco de Aldeia", de Robert Bresson. A trilogia do silêncio me parece ter uma importância muito grande na carreira de Bergman, não apenas devido à qualidade, mas também como divisor de águas. Luz de Inverno já se distancia um pouco do modelo dos longas feitos nos anos 50 pelo diretor; não por conter uma carga experimental forte como Persona (até então o melhor que já vi dele), mas por possuir um andamento e atmosfera que se distanciam de seus outros trabalhos. Eu não diria que Luz de Inverno é um filme bressoniano, já que ainda características fortes da autoralidade de Bergman, mas é uma obra com um ritmo mais austero, quase solene, dialogando com perfeição com o medo e a paranóia da época (expresso no personagem de Max Von Sydow, sempre excelente), decorrente da Guerra Fria. Aborda também o tema da perda da fé, sentimento dessa vez expresso no protagonista, um pastor (interpretado por Gunnar Björnstrand, que contracena com Von Sydow em Através de um Espelho), acentuado pela perda de sua esposa, mas também em personagens secundários, como a de Ingrid Thulin, com quem o personagem de Gunnar teve um caso amoroso. Interessante observar a contradição entre a cena inicial, com uma platéia aparentemente interessada no ritual religioso (só depois dessa longa cena que conhecer a fundo seus reais sentimentos), com a final, com uma missa quase vazia.



Pra encerrar temos "O Silêncio", talvez o trabalho mais radical da trilogia, cujo tema é levado às últimas consequencias, talvez iniciando a fase de Persona, com um maior rigor e virtuosismo estético. É um filme de imagens. Quase não há diálogo. A fotografia de Sven Nykvist sempre é maravilhosa, mas mais discreta, enquanto aqui ele ganha ainda mais expressividade, uma função quase central (sequencia inicial, no metrô, tem uma força impressionante). É também, de longe, o filme de Bergman com maior carga erótica (o tema do sexo é bem evidente, com as duas protagonistas evidentemente frustradas nessa questão) e com um ou outro arroubo surrealista (cena com os anões, por exemplo). Talvez seja o ponto alto da trilogia.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Jackie Brown Across 110th Street



Obra-prima do caralho. Quando vi pela primeira vez era muito novo e naturalmente entrei naquela onda bem estúpida de que era um Tarantino "menor", seu "pior" filme. Pois, passados quatro anos (mais ou menos), acredito que Jackie Brown seja seu melhor filme (só um pouquinho à frente da segunda parte de Kill Bill - sou muito "do contra" mesmo). É daqueles filmes que parecem ser executados com uma precisão e secura raras, eliminando qualquer tipo de gordura, com nenhum movimento de câmera fora do lugar. O que vemos aqui é um cineasta que, mesmo depois de ganhar reconhecimento com Cães de Aluguel e uma porrada de prêmios com Pulp Fiction, simplesmente decide contar uma estória, tanto é que é seu filme mais ligado ao elenco (todos geniais - inclusive DeNiro, em papel menor, coadjuvante de honra). Ainda assim, é um trabalho com assinatura, com marcas que você também encontra em seus longas anteriores (diálogos, trilha sonora, etc.), com a diferença de que é tudo melhor amarrado, um exemplo de concisão. Não me entendam mal: eu gosto muito de Cães de Aluguel e Pulp Fiction (apesar de precisar rever ambos), mas é que Jackie Brown é uma obra-prima do caralho.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Budapeste

(2009, Walter Carvalho)



Ganhei o livro de presente na época do lançamento, mas achei muito grande e com uma linguagem dificílima, então nunca cheguei a de fato terminá-lo. Quando a adaptação para os cinemas dirigida por Walter Carvalho estreou, resolvi voltar à obra de Buarque, mas ainda assim o tenho pela metade, já que no momento tenho outras prioridades literárias. De qualquer modo, dá pra se ter uma ideia de que Budapeste, o livro, tem qualidade (apesar de não ficar babando como a maioria faz) e é bom notar que Budapeste, o filme, consegue manter uma atmosfera de profundo deslocamento espacial, temporal e linguistico (além de que consegue ser fiel aos fatos apresentados). É um filme distante, e talvez essa sensação seja necessária, mas às vezes esse distanciamento parece ser ocasionado devido a uma preocupação na estética que em muitos momentos parece ser friamente calculada. É algo que pesa bastante contra o filme, mas o que me faz perder qualquer crédito com ele são as duas cenas finais: uma delas parece querer reforçar a metáfora já bastante óbvia sobre a estátua do "escritor desconhecido", mas a pior é a que encerra o longa, que demonstra apenas uma necessidade muito estúpida e pedante (e óbvia, também) de fazer metalinguagem.

domingo, 5 de julho de 2009

Filmes de Junho



O Império dos Sentidos (Ai no Corrida, 1976, Nagisa Oshima) - * * * *
O Extreminador do Futuro: A Salvação (Terminator Salvation, 2009, McG) - * * *
Feliz Natal (2008, Selton Mello) - * *1/2
Meteorango Kid (1969, André Luiz Oliveira) - * * * *
c. Entre’Acte (1924, René Clair) - * * * *1/2
c. Paris Adormecida (Paris qui Dort, 1925, René Clair) - * * *
O Fundo do Coração (One from the Heart, 1982, Francis Ford Coppola) - * * *1/2
Utamaro e suas 5 Mulheres (Utamaro o Meguru Gonin no Onna, 1946, Kenji Mizoguchi) – * * * *
Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu! (Airplane!, 1980, Jim Abrahams, Jerry e David Zucker) – * * *
c. Olho por Olho (1966, Andrea Tonacci) – * * *1/2
c. Blá Blá Blá (1968, Andrea Tonacci) – * * * *
Bang Bang (1971, Andrea Tonacci) – * * * *1/2
Vermelhos e Brancos (Csillagosok, Katonák, 1967, Miklós Jancsó) – * * * *
O Sétimo Selo (Det Sjunde Inseglet, 1957, Ingmar Bergman) – * * * *
A Balada de Narayama (Narayama Bushiko, 1983, Shohei Imamura) – * * *1/2
O Segredo de Berlim (The Good German, 2006, Steven Soderbergh) - *1/2
O Samurai (Le Samouraï, 1967, Jean-Pierre Melville) – * * *
Duplicidade (Duplicity, 2009, Tony Gillroy) – * * *
Marcas da Vida (Red Road, 2006, Andrea Arnold) – * * *
Dúvida (Doubt, 2008, John Patrick Shanley) – * *1/2
Minhas Adoráveis Ex-Namoradas (Ghosts of Girlfriends Past, 2009, Mark Waters) – N/A
A Questão Humana (La Question Humaine, 2007, Nicolas Klotz) – * * * *
Budapeste (2009, Walter Carvalho) – * *1/2
O Anjo Embriagado (Yoidore Tenshi, 1948, Akira Kurosawa) – * * * *
Os Irmãos da Família Toda (Todake no Kyodai, 1941, Yasujiro Ozu) – * * *1/2
Sem Essa, Aranha (1970, Rogério Sganzerla) – * * * *1/2
c. A Miss e o Dinossauro - Bastidores da Belair (2005, Helena Ignez) – * * *1/2
c. Histórias em Quadrinhos (1969, Rogério Sganzerla) – * * *1/2
À Beira do Abismo (The Big Sleep, 1946, Howard Hawks) – * * * *
O Sabor da Melancia (Tian Bian yi Duo Yun, 2005, Tsai Ming-Liang) – * * *
Vidas Sem Rumo (The Outsiders, 1983, Francis Ford Coppola) – * * *1/2
Pagando Bem, Que Mal Tem (Zack and Miri Make a Porno, 2008, Kevin Smith) – * *1/2
Demência 13 (Dementia 13, 1963, Francis Ford Coppola) – * *1/2

TOTAL: 27 filmes + 6 curtas
.c = curta