quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
O Gangster
Tinha muitas chances de ser um grande filme, mas infelizmente o projeto caiu nas mãos de um cineasta tão apático e inexpressivo como Ridley Scott (já imaginou um De Palma ou um Michael Mann dirigindo uma estória dessas? Obra-prima na certa, ao invés de um trabalho que soa bem frio). Os tons épicos que o filme assume/deseja possuir parece auto-sabotálo, deixando-o não exatamente inflado, mas cheio de "gordurinhas", com um ritmo muito irregular (quase três horas que não passam voando, acredite - e o pior de tudo é que poderia ser mais simplificado). Tenta traçar um paralelo entre a trama central e importantes eventos ocorridos nos Estados Unidos da década de 70, mas a análise acaba por ser apenas superficial (aliás, o filme todo mais pretende do que cumpre). Se há algo de interessante, é como O Gangster possui interesse em nos apresentar à vida pessoal daqueles personagens (Frank Lucas é retratado como anti-herói e a escolha de um ao mesmo tempo cruel e carismático Denzel Washington para o papel é acertada - pode até estar interpretando ele mesmo, como alguns já afirmaram, mas me convenceu), ainda que alguns dramas e conflitos me pareçam bastante simplistas e banais (como o divórcio do personagem de Crowe). No final, Gangster acaba mesmo sendo um filme de máfia bem convencional, genérico e bem óbvio no seu retrato do "Auge e Declínio de um chefão do tráfico de drogas".
sábado, 26 de janeiro de 2008
Eu Sou a Lenda
O blockbuster que deve ser tomado como inspiração para projetos futuros do gênero. Impressiona como consegue se sustentar em torno de um fiapo de história, especialmente nos dois primeiros atos, quando apenas vemos um excelente Will Smith (que consegue ser ao mesmo carismático e compreender todas as fragilidades de seu personagem, muitas vezes nos entregando uma interpretação realmente emocionada) realizando sua rotina pra lá de monótona, lutando para manter a sanidade e as esperanças. Surpreendente também é a direção de Francis Lawrence, muito segura e séria, conseguindo nos apresentar de modo bem crível o estado caótico da cidade de Nova York, com momentos bem silenciosos e melancólicos, que ajudam a realçar a solidão em que o protagonista está envolvido. Se tem um problema, ele está presente na personagem de Alice Braga, que para se mostrar mais do que uma solução do roteiro para que tenhamos um final otimista, poderia ter aparecido antes ou pelo menos ser mais explorada. No entanto, não é algo que chegue a impedir que Eu Sou a Lenda seja um belo trabalho.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Sobre o Oscar 2008
Sangue Negro, No Country for Old Men (ambos com 8 indicações) e Conduta de Risco confirmam suas forças, e são certamente os três mais fortes candidatos, enquanto Desejo e Reparação (com sete no total, assim como Conduta), filme em que muitas pessoas estavam desacreditadas (e eu entro nesse grupo), acabou conseguindo uma vaga; o outro a concorrer
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Apostas para o Oscar 2008
Filme
Sangue Negro, de Paul Thomas Anderson
O Escafandro e a Borboleta, de Julian Schnabel
Conduta de Risco, de Tony Gilroy
Juno, de Jason Reitman
Desejo e Reparação, de Joe Wright
O Gangster, de Ridley Scott
Direção
Paul Thomas Anderson, por Sangue Negro
Sean Penn, por Na Natureza Selvagem
Julian Schnabel, por O Escafandro e a Borboleta
Tony Gilroy, por Conduta de Risco
David Cronenberg, por Senhores do Crime
Ridley Scott, por O Gangster
George Clooney, por Conduta de Risco
Viggo Mortensen, por Senhores do Crime
Ryan Gosling, por Lars and the Real Girl
Johnny Depp, por Sweeney Todd
James McAvoy, por Desejo e Reparação
Denzel Washington, por O Gangster
Tom Hanks, por Jogos de Poder
Marion Cottilard, por Piaf
Ellen Page, por Juno
Cate Blanchett, por Elizabeth: A Era de Ouro
Angelina Jolie, por O Preço da Coragem
Javier Bardem, por Onde os Fracos Não tem Vez
Casey Affleck, por O Assassinato de Jesse James…
Tom Wilkinson, por Conduta de Risco
Hal Holbrook, por Na Natureza Selvagem
Phillip Seymour Hoffman, por Jogos de Poder
John Travolta, por Hairspray
Cate Blanchett, por I’m Not There
Tilda Swinton, por Conduta de Risco
Catherine Keener, por Na Natureza Selvagem
Saoirse Ronan, por Orgulho e Preconceito
Sangue Negro, por Paul Thomas Anderson
OEscafandro e a Borboleta, por Ronald Harwood
Desejo e Reparação, por Christopher Hampton
Na Natureza Selvagem, por Sean Penn
Longe Dela, por Sarah Poley
Conduta de Risco, por Tony Gilroy
The Savages, por Tamara Jenkins
Lars and the Real Girl, por Nancy Oliver
Senhores do Crime, por Steve Knight
Ratatouille, dpor Brad Bird e Janka Pinkava
Antes que o Diabo Saiba que Você está Morto, por Kelly Masterson
Ratatouille, de Brad Bird
Simpsons, de David Silverman
A Lenda de Beowulf, de Robert Zemeckis
The Counterfeiters, de Stefan Ruzowitzky (Áustria)
A Desconhecida, de Giuseppe Tornatore (Itália)
A Era da Inocência, de Denys Arcand (Canadá)
12, de Nikita Mikhalkov (Rússia)
Katyn, de Andrzej Wajda (Polônia)
Fotografia
Onde os Fracos Não Têm Vez
O Assassinato de Jesse James...
Desejo e Reparação
O Escafandro e a Borboleta
Sangue Negro
O Ultimato Bourne
Conduta de Risco
Na Natureza Selvagem
Desejo e Reparação
Sangue Negro
Elizabeth: A Era de Ouro
Across the Universe
Desejo e Reparação
Elizabeth: A Era de Ouro
Lust, Caution
O Assassinato de Jesse James...
Piaf
O Escafandro e a Borboleta
Sangue Negro
O Assassinato de Jesse James...
Grace is Gone
Senhores do Crime
"Come So Far (Got to Far to Go)", de Hairspray (Marc Shaiman)
"Falling Slowly", de Once (Glen Hansard e Marketa Irglova)
"That's How You Know", de Encantada (Alan Menken e Stephen Swartz)
"Grace is Gone", de Grace is Gone (Clint Eastwood e Carole Bayer Sager)
O Ultimato Bourne
Onde os Fracos Não tem Vez
300
Piratas do Caribe: No Fim do Mundo
O Ultimato Bourne
300
Ratatouille
Piratas do caribe: No Fim do Mundo
300
O Ultimato Bourne
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Desejo e Reparação
Um filme clássico, especialmente devido a alguns de seus temas (temos paixão, ciúmes, separação e guerra), mas nunca chega a ser um daqueles trabalhos no piloto automático, preguiçosos ou burocráticos simplesmente porque, por trás de tudo, temos um cineasta que confirma o talento apresentado em seu longa anterior, o também ótimo Orgulho e Preconceito. Tem muita personalidade, filmando com muita paixão e vitalitade e um senso estético impressionante (pode até ter momentos exibicionistas, como o muito falado plano-sequencia da praia - uma cena linda, diga-se de passagem -, mas nunca se deixa levar por maiores excessos). As indas e vindas no tempo não atrapalham a coesão do filme, e aquela apresentação de vários pontos de vista sobre um mesmo fato nos entrega um panorama geral de uma história que fala justamente sobre a busca da verdade (e Wright a nós entrega a todo momento). A sequencia final, mostrando a confissão de Briony (a garota que a intrpreta na primeira fase está excelente - e Keira Knightely e James Macvoy, ótimos), pode até não ser estritamente necessária, mas encerra o filme com um ar amargo e comovente.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
Sobre o Globo de Ouro
Não é segredo que o Globo de Ouro não exerce mais tanta influência no Oscar como anteriormente, mas a premiação fez crescer a força de alguns filmes e diminuir a de outros: Juno, completamente esnobado, perdeu para Sweeney Todd em Melhor Filme Comédia/Musical (o que a meu ver também não faz crescer as chances em torno do filme de Burton - até porque, vejam bem, os dois últimos filmes ganhadores dessa categoria também foram esquecidos pela Academia) e Ellen Page (em quem apostei) foi derrotada por Marion Cotillard (Piaf), mas mesmo assim deve aparecer na lista do Oscar (de qualquer modo, Julie Christie, vencedora de Melhor Atriz Drama, é franca favorita e isso não deve mudar nas próximas semanas), e sai enfraquecido da cerimônia (ops... cerimônia?). Outras surpresas foram a vitoria de Desejo e Reparação em Melhor Filme Drama, o que certamente o fortalece (logo quando estava decaindo), mas não tira o favoritismo de No Country for Old Men, que ficou com as estatuetas de Melhor Roteiro e Melhor Ator Coadjuvante, com os Coen perdendo o prêmio de direção para Schnabel e seu O Escafandro e a Borboleta (que ganhou Melhor Filme Estrangeiro, como previsto), o que me faz questionar se sua vitória nesta categoria no Oscar é realmente certeza (ok, nenhum outro apresenta grandes chances, mas, bem, é uma dupla e um filme sem a cara da Academia - e, sinceramente, eu realmente acho que a premiação deste ano terá várias surpresas). Outra que surpreendeu foi Cate Blanchett, ganhadora de Melhor Atriz Coadjuvante por I'm Not There, o que deixa a sua disputa com Amy Ryan (a favorita, ao meu ver) mais acirrada. Javier Bardem, melhor Ator Coadjuvante, se firma como franco favorito, a maior barbada ao lado de Julie Christie.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Globo de Ouro 2008
Melhor Filme Drama: Onde os Fracos Não têm Vez
Melhor Filme Comedia/Musical: Juno
Melhor Diretor: Joel e Ethan Coen, por Onde os Fracos Não tem Vez
Melhor Atriz Drama: Julie Christie, por Longe Dela
Melhor Ator Drama: George Clooney, por Conduta de Risco
Melhor Atriz Comédia/Musical: Ellen Page, por Juno
Melhor Ator Comédia/Musical: Johnny Depp, por Sweeney Todd
Melhor Ator Coadjuvante: Javier Bardem, por Onde os Fracos Não tem Vez
Melhor Atriz Coadjuvante: Amy Ryan, por Medo da Verdade
Melhor Roteiro: Onde os Fracos Não tem Vez
Melhor Filme em Lingua Estrangeira: O Escafandro e a Borboleta
Melhor Filme de Animação: Ratatouille
Os ganhadores nem estão tão difíceis assim de prever, devido ao franco favoritismo de "Onde os Fracos não tem Vez", dos irmãos Coen, que provavelmente irá levar quatro troféis para casa, ganhando, portanto, tudo a que está concorrendo: Melhor Filme - Drama; ator coadjuvante para Javier Bardem (provável vencedor do Oscar); roteiro; e diretor, para os Coen. Os seus dois maiores concorrentes são Sangue Negro e Atonement, líder de indicações, com 7 no total (mas deve sair de mãos abanando, até porque está em declínio na corrida para o Oscar). O filme de Paul Thomas Anderson, por outro lado, é quase certo que vença o prêmio de ator dramático, para Daniel Day-Lewis, favorito também ao Oscar. Na categoria atriz de drama, Julie Christie é barbada, visto que suas duas maiores concorrentes disputam por comédia/musical (Ellen Page, por Juno, e Marion Cotillard, por Piaf), e nesta categoria creio que é Page que se consagrará vencedora. Aliás, também acho que Juno deverá ganhar o prêmio de Melhor Filme, especialmente porque seu principal adversário, Sweeney Todd (que muito provavelmente vencerá o prêmio de Melhor Ator, para Johnny Depp), está cada vez mais enfraquecido. Enquanto às categorias restantes: em Melhor Filme Estrangeiro, categoria que contém vários nomes fortes, O Escafrando e a Borboleta, que também emplacou uma indicação para melhor diretor, deve ganhar, e é um dos que podem se sair bem no Oscar em categorias importantes. Em atriz coadjuvante Amy Ryan é quase certeza que saia como vencedora, quase uma unanimidade em prêmios de crítica; a única com com capacida para tirar-lhe o prêmio é Cate Blanchett, por I'm Not There, mas vem perdendo muita força ultimamente. Em animação, não há dúvidas que Ratatouille irá ganhar.
domingo, 6 de janeiro de 2008
Cinema em 2007
E eis aqui a tradicional lista de melhores e piores do excelente ano de 2007 (apenas para o Cinema ou Música, claro...):
Os Melhores:
01. Inland Empire, de David Lynch
02. Maria, de Abel Ferrara
03. O Hospedeiro, de Bong Joon-Ho
04. Exilados, de Johnnie To
05. A Conquista da Honra, de Clint Eastwood
06. Cartas de Iwo Jima, de Clint Eastwood
07. Possuídos, de William Friedkin
08. Zodíaco, de David Fincher
09. Os Donos da Noite, de James Gray
10. Em Busca da Vida, de Jia Zhang-Ke
11. Ligeiramente Grávidos, de Judd Apatow
12. Medos Privados em Lugares Públicos, de Alain Resnais
13. Tropa de Elite, de José Padilha
14. Planeta Terror, de Robert Rodriguez
15. Treze Homens e Um Novo Segredo, de Steven Soderbergh
16. A Comédia do Poder, de Claude Chabrol
17. Maria Antonieta, de Sofia Coppola
18. Ratatouille, de Brad Bird
19. A Rainha, de Stephen Frears
20. O Homem Duplo, de Richard Linklater
Os Piores (os que não merecem foto):
01. Pecados Íntimos, de Todd Field
02. 300, de Zack Snyder
03. Babel, de Alejandro Gonzalez Iñarritu
04. O Bom Pastor, de Robert DeNiro
05. Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton
06. O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia
07. Dreamgirls, de Bill Condon
08. No Vale das Sombras, de Paul Haggis
09. Antes só do que Mal Casado, de Peter & Bobby Farrelly
10. Diamante de Sangue, de Edward Zwick (nem desgosto tanto, está aqui apenas para fechar a lista mesmo - fugi bem das bombas em 2007, felizmente).
sábado, 5 de janeiro de 2008
Música em 2007
Álbuns:
01. Strawberry Jam (Animal Collective - melhor da década?)
02. In Rainbows (Radiohead)
03. Boxer (The National)
04. Person Pitch (Panda Bear)
05. Andorra (Caribou)
06. Hissing Fauna, Are You the Destroyer (Of Montreal)
07. Kala (M.I.A.)
08. Random Spirit Lover (Sunset Rubdown - o mais subestimado?)
09. The Flying Club Cup (Beirut)
10. Ga Ga Ga Ga Ga (Spoon)
Canções:
01. Fireworks (Animal Collective)
02. Weird Fishes/Arpeggi (Radiohead)
03. Stallion (Sunset Rubdown)
04. Heimdalsgate Like A Promethean Curse (Of Montreal)
05. Bros(Panda Bear)
06. Fake Empire (The National)
07. After Hours (Caribou)
08. Someone Great (LCD Soundsystem)
09. Don't Make Me a Target (Spoon)
10. Cristobal (Devendra Banhart)
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
Voltando
E só pra avisar que eu não sou um semi-analfabeto e que o título do blog saiu errado por falha minha (repare bem: está escrito ToLtal Trash e não Total Trash, que devia ser o correto).
Abraços!