sábado, 30 de maio de 2009

Wanted



Soube pelos blogs de Leandro Caraça e Peerre sobre essa bela iniciativa iniciada por Leopoldo Tauffenbach, e tive que aderir. Death Proof, de Quentin Tarantino, foi feito em 2007 para ser um dos longas do projeto Grindhouse (o outro, como todo mundo sabe, é Planeta Terror, do Robert Rodriguez), mas até hoje, meados de 2009, o filme não deu as caras por aqui no Brasil. Agora, a Europa Filmes planeja lançamento para Novembro, curiosamente um mês após a estréia de Bastardos Inglórios, novo trabalho de Tarantino. Isso, é claro, se Bastardos... se sair bem de bilheteria, mas, caso contráio, esperem o filme pro DVD mesmo (e estou sendo otimista).

domingo, 24 de maio de 2009

Cannes 2009: Resultados


O primeiro sorriso a gente nunca esquece

Agora Michael Haneke pode morrer feliz. O diretor, que antes já havia ganho o prêmio de Melhor de Diretor por Caché, em 2005, e que também levou o Grande Prêmio do Júri em 2001 por A Professora de Piano, finalmente conseguiu receber o prêmio máximo, com Das Weisse Band ("The White Ribbon", em inglês), que fala sobre a vida de um pequeno vilarejo no período pré-1ª Guerra Mundial. Para mim foi uma surpresa, já que ontem o filme já havia ganho o prêmio da crítica e não acreditaria que a escolha do júri fosse a mesma, além de que o favorito, segundo muitos, era The Time That Remains (como falei no post anterior), do Elia Suleiman, que acabou ficando de mãos vazias. Aliás, é um prêmio meio suspeito (apesar de não duvidar da qualidade da obra - gosto do Haneke), já que a presidente do júri, Isabelle Huppert, é admiradora do cineasta e já trabalhou com ele em dois filmes (ganhando inclusive Melhor Atriz em Cannes por A Professora de Piano).

Em relação às outras categorias, outras surpresas, como o filipino Brillante Mendonza ganhando Melhor Diretor pelo filme Kinatay, que pelo visto dividiu opiniões, e o prêmio de roteiro para o chinês Spring Fever, filme banido em seu país de origem, menos cotado no meio de tantos figurões. Charlotte Gainsbourg acabou ganhando Melhor Atriz pelo mais polêmico da temporada, O Anticristo, do Lars Von Trier, enquanto o novo filme do Tarantino, Bastardos Inglórios, levou o de Melhor Ator, para Christopehr Waltz, elogiadíssimo. O Prêmio do Juri foi dividido entre Park Chan-Wook, por Thirst, e Andrea Arnold, por Fish Tank, que havia sido premiada por seu filme anterior (e primeiro, se não me engano), Red Road. Já o Grande Prêmio ficou com um dos trabalhos mais elogiados do festival, Un Prophéte, de Michael Audiard, diretor que eu desconhecia. Alain Resnais, com seus quase 90 anos de idade, não podia ser esquecido, recebendo um prêmio especial. Abaixo, um trecho de Das Weisse Band:

sábado, 23 de maio de 2009

Whatever Works



Estava pensando em fazer um post com notícias de Cannes para essa semana, mas como o Festival já termina amanhã, prefiro deixar só para o domingo mesmo (mas, só para constar, acho que a Palma deve fica mesmo com o The Times That Remain, do Suleiman, com o Visages, do Tsai Ming-Liang correndo por fora - e Tarantino pode ganhar diretor, ou então qualquer outro prêmio, porque acho que Inglorious Basterds não vai sair de mãos abanando, apesar da recepção um pouco fria).

Então, falo agora sobre o novo trabalho de um diretor que eu gosto muito, mas que nos oferece nessa década uma filmografia bastante irregular. Estou falando de Woody Allen e o seu Wathever Works, que ganhou um trailer recentemente. Depois de algum tempo explorando territórios estrangeiros (a Inglaterra em Scoop e Match Point, e a Espanha em Vicky Cristina Barcelona), Allen parece que irá voltar à sua amada Nova York. Parece ser um filme muito idiossincrático, mas, pra falar a verdade, nem me animei tanto assim com o trailer, sem muitas surpresas. O que mantém meu interesse é, sem dúvida, o homem que interpretará o alter-ego de Allen: o grande Larry David, um dos criadores da melhor série do mundo (Seinfeld) e também uma outra muito bem-sucedida, Curb Your Enthusiasm, que infelizmente ainda não tive a oportunidade de ver. Sempre achei George Costanza muito similar a alguns personagens do Allen, e, como parece que ele foi inspirado no próprio Larry David, acho que sua escolha para o papel deve ser perfeita. A fotografia é do Harris Savides, de Gerry e Zodíaco (o que não quer dizer muita coisa, já que ele tinha a mesma função em O Gangster), com o elenco ainda possuindo nomes como Evan Rachel Wood e Patricia Clarkson.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Os Imperdoáveis

(Unforgiven, 1992, Clint Eastwood)



Os Imperdoáveis é considerado como uma ressucitação do faroeste, mas acredito que esteja mais para epitáfio. O filme foi feito em 1992, mas, 40 anos antes, Will Munny, um "conhecido ladrão e assassino, homem de temperamento cruel e intempestivo" (o personagem de Eastwood que talvez mais se aproxime do recente Walt Kowalski, de Gran Torino - Dirty Harry? Juro que nem pensei nele) seria o pefeito vilão de um trabalho clássico do gênero. No entanto, o filme já nos apresenta a um Will Munny corroído pela culpa, já na velhice, sem nenhuma perpectiva, talvez o destino de todos os grandes personagens dos faroestes. O seu parceiro, interpretado por Morgan Freeman, conserva algumas de suas antigas habilidades, mas, como podemos notar quando ele se recusa a continuar acompanhando os seus dois amigos, matar um homem parece ser a última coisa em que pode imaginar. O tempo passou, aqueles heróis não são mais os mesmos, e o que torna Os Imperdoáveis uma obra tão amarga é justamente o fato de ter uma consciência muito forte disso, de modo que, por mais que seja um trabalho obviamente clássico, que nos remete diretamente a John Ford ou Howard Hawks, não tem nenhum desejo de realizar um "revival". Um personagem que talvez ainda possuisse alguma capacidade de se tornar um herói do gênero é Scofield Kid, mas, logo após matar seu primeiro homem, percebe que aquela vida simplesmente não é pra ele. Não há nenhuma visão romântizada da violência em Os Imperdoáveis, com a morte nos mostrada nua e crua, sendo a sua inevitabilidade o grande tema do trabalho (além de perda e culpa, que estão presentes em quase todos os trabalhos de Eastwood).

Já no terceiro ato, Will Munny, que no início mal conseguia montar em seu cavalo, volta a ser um assassino de sangue frio, aquele que antes matava tudo que andava ou rastejava, mas, agora, não por maldade, e sim por uma questão de fraternidade, pra defender a honra de seu amigo (algo que está presente de modo muito forte em Hawks e Ford). Não é, de modo algum, uma redenção; talvez o protagonista nem quisesse "ressucitar" daquele jeito, se lembrando do homem impiedoso que era no passado. Portanto, será que também seria necessário ressucitar o faroeste? Será que para esse gênero, assim como acontece com quase todos os personagens de Os Imperdoáveis, a morte não seria algo iminente e inevitável? Já próximo dos créditos finais, somos avisados, de um modo muito vago, do possível destino do personagem: "disseram que foi para San Francisco e que lá prosperou como dono de armazém". Disseram. Assim como acontece com o próprio Western, o seu fim permanece um enigma.

PS: Me desculpem pela ausência de uma semana. Vou tentar atualizar mais, talvez com algumas notícias de Cannes.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Fay Grim

(2006, Hal Hartley)



Já seria muito abaixo da média somente por causa daquele tique desnecessário e imaturo de enviesar a câmera para 95% das cenas (o que ele quer provar com isso?), mas Hartley decide não apenas assassinar Fay Grim como também o filme que o antecede, As Confissões de Henry Fool (que ganhou Roteiro em Cannes em 97 e tem um bom número de fãs - apesar de que bem antes disso Hartley já era uma sensação indie), o trabalho mais conhecido do diretor. Acho muito superestimado, mas é um bom filme, sem dúvidas. Fay Grim retorna aos mesmos personagens, tendo como protagonista a personagem-título, interpretada por Parker Posey, que em Henry Fool desempenhava papel coadjuvante, a irmã de Simon, o lixeiro que se revela um grande poeta, descoberto por Henry. Primeiramente, não vejo motivo para se realizar uma continuação se você não está interessado em explorar, melhor desenvolver esses personagens. São figuras bastante interessantes, mas que aqui são reduzidas a marionetes de uma egotrip, nada mais que uma desculpa fútil para resgatar um antigo sucesso. O mais engraçado é que em Fay Grim há um diálogo que pode resumir muito bem todo o filme: nele, dois personagens conversam sobre "Confissões", série de livros escritos por Henry; um deles pede para que o outro procure ver o que há, na obra, por trás de toda a auto-indulgência masturbatória ou as discussões autocentradas; o outro retruca, perguntando se sobraria alguma coisa. Pois é, Hal Hartley, além de genial, "ousado e inteligente" (como define um crítico na contracapa do DVD), também entende de metalinguagem.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Tetro



O novo trabalho de Francis Ford Coppola pode ter ficado de fora da seleção oficial de filmes em competição no festival de Cannes, mas, de quebra, foi o escolhido para abrir a Quinzena dos Realizadores. O trailer do filme saiu ainda essa semana e, ao vê-lo, me lembrei logo de O Selvagem da Motocicleta
, talvez pelo preto-e-branco e uma atmosfera que remete diretamente a um Cinema feito no passado (uma coisa meio film noir). A trama gira em torno de um homem que decide procurar pelo seu irmão (o personagem-título, um escritor, vivido por Vincent Gallo, retornando após o fracasso - comercial e de crítica, mas não artístico, é bom lembrar - de The Brown Bunny) em Buenos Aires, tentando a reconciliação e relembrando os problemas que atingiram sua família no passado. Coppola passou uns dez anos sem fazer filmes (preocupado com as suas vinículas, alguns dizem) até que voltou em 2007 com Velha Juventude (que sequer estreou aqui no Brasil - mas foi devidamente baixado e devo vê-lo em breve) e espero que representem um renascimento pro cineasta de Apocalypse Now e A Conversação.

domingo, 3 de maio de 2009

Filmes de Abril



Ghost Dog (1999, Jim Jarmusch) - * * * *
A Dança dos Vampiros (Dance of the Vampires/The Fearless Vampire Killers, 1967, Roman Polanski) - * * *1/2
O Encouraçado Potemkin (Bronenosets Potyomkin, 1925, Sergei Eisenstein) – * * * *1/2
Macbeth (The Tragedy of Macbeth, 1971, Roman Polanski) - * * * *1/2
Presságio (Knowing, 2009, Alex Proyas) – * * *
O Silêncio de Lorna (Le Silence de Lorna, 2008, Jean Pierre & Luc Dardenne) - * * *1/2
A Música Mais Triste do Mundo (The Saddest Music in the World, 2003, Guy Maddin) – * * *1/2
Um Conto de Natal (Un Conte de Noël, 2008, Arnaud Desplechin) – * * * *
Mulheres da Noite (Yoru no Onnatachi, 1948, Kenji Mizoguchi) – * * *1/2
Ecstasy (Yoru no Onnatachi, 1948, Kenji Mizoguchi) – * * * *
A Cor da Romã (Sayat Nova, 1968, Sergei Parajanov) - * * *1/2
Kagemusha (1980, Akira Kurosawa) - * * * *
Segredos e Mentiras (Secrets & Lies, 1996, Mike Leigh) - * * * *
Sozinho Contra Todos (Seul Contre Tous, 1998, Gaspar Noé) - * *
A Idade da Terra (1980, Glauber Rocha) – * * * *1/2
Fay Grim (2006, Hal Hartley) - *
Guerra ao Terror (The Hurt Locker, 2008, Kathryn Bigelow) - * * * *

TOTAL: 17 filmes.