terça-feira, 25 de novembro de 2008

La Belle Personne

(2008, Christophe Honoré)

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Se comparado aos seus dois trabalhos anteriores, La Belle Persone, novo filme do Christophe Honoré, exibido no Festival Varilux de Cinema, pode até parecer impessoal (algo que não é, de modo algum), mas talvez seja não apenas o seu melhor filme até agora como também é o seu trabalho mais sóbrio, maduro, conciso e regular (pra calar a boca de quem acreditava que ele é um diretor de meros pastiches). Curiosamente, o que me vem a cabeça quando penso no filme não é mais Truffaut ou Rohmer, ou qualquer outro cineasta da nouvelle vague, como acontecia com o Canções de Amor e Em Paris, e sim o cinema do Valério Zurlini. Não saberia explicar exatamente o por quê dessa lembrança, mas talvez seja o fato de que La Belle Personne é um filme totalmente centrado em uma observação de gestos e olhares, retirando seus mais belos momentos de cenas muito simples (Junie lendo a tradução de um texto em italiano ou a cena em que ela descobre a carta). Honoré parece observar e estudar todos os jovens em cena (aliás, é o seu trabalho que mais se aproxima do universo adolescente), criando uma cumplicidade enorme que já é muito comum de encontrar em seus trabalhos. Segue a linha de uma história de amor clássica e trágica (não à toa inspirado em um livro escrito no século XVII), que usa e abusa de Nick Drake, o que, aliás, é um golpe baixo (meio difícil não gostar de um filme que se encerra Way to Blue, maravilhosamente utilizada em uma das cenas finais mais bonitas do ano). Tem também um Louis Garrel menos irritante do que o de costume, no seu papel mais corajoso e adulto até o momento, e uma atriz principal que justifica totalmente o título.

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindíssimo filme, Rodrigo.

Anônimo disse...

"Tem também um Louis Garrel menos irritante do que o de costume" Ele é lindo e perfeito.