(2009, Zack Snyder)
É certamente irregular e infladíssimo, algo que começa a surtir efeito depois da primeira metade, quando fica percebível que é realmente um trabalho sem muito foco e descontrolado, com um conteúdo amplo e complexo demais para um diretor sem muita experiência como o Zack Snyder. Eu precisaria ler a graphic novel do Alan Moore (que parece ser uma coisa fenomenal mesmo) antes de dizer isso, mas eu acho que poucos cineastas conseguiriam fazer uma adaptação redonda de uma obra que parece ser tão extensa. De qualquer modo, é um filme que faz companhia ao Speed Racer nessa seara dos blockbusters que nos fazem questionar o quanto de autoral pode existir em filmes assumidamente comerciais como esses. Ainda que me pareça exagerado e equivocado identificar Snyder como um autor ou coisa do tipo, é fácil de notar certos elementos que parecem lhe obcecar, como o uso enorme de tomadas em slow motion (que também pode facilmente ser tomado como um tique ou limitação - e infelizmente acho que tendem mais para esse lado mesmo). É algo que me incomodava demais no 300, que me parecia apenas um exercício muito fútil e exibicionista, mas que aqui ganha maior "corpo", uma narrativa que se aproxima bem mais da cinematográfica. Tudo parece feito para construir uma atmosfera, nos levar a uma outra dimensão, nos deslocar da realidade. Como experiência visual é um filme extremamente bem sucedido e mais arriscado (especialmente em relação ao uso da violência) que 90% das adaptações de HQ que se tem por aí (e incluam aí os dois últimos Batmans). Eu tinha tudo pra odiar, mas o fato de ser um trabalho tão inusitado (a abertura, genial, prova isso) e imprevisível acabou me agradando.
segunda-feira, 16 de março de 2009
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