sábado, 16 de agosto de 2008

Cloverfield

(2008, Matt Reeves)



Certamente vai ter muita gente detestando, ou no mínimo se incomodando, mas o efeito que Cloverfield causou em mim foi enorme. O formato que o filme apresenta (é todo feito a partir da ótica da câmera de um dos personagens, ou seja, a aparência é de vídeo amador - não em relação aos efeitos especiais, claro, já que não é todo dia que você pode ver a cabeça da estátua da liberdade voando) dá um tom extremamente visceral, torna a experiência clautrofóbica e sufocante, e até reiventa o que se entende por blockbuster: não é só mais um filme catástrofe com um único intuito de entregar uma diversão esquecível, segura, mas pede um maior envolvimento do espectador; na verdade, é um registro tão pessoal que fica até meio impossível não se deixar levar pela atmosfera apocalíptica apresentada pelo trabalho. Pode também ser visto como um retrato da paranóia, do pânico e do medo que se instalou na população nova-iorquina do pós-11 de setembro (e o caos que é instalado no filme pode muito bem ser uma metáfora à decadência de uma cidade). É bom também de observar que, mesmo possuindo inúmeras qualidades técnicas, Cloverfield não se foca apenas no lado estético, como também demonstra bastante preocupação com os conflitos pessoais dos personagens, e nas relações que foram esfaceladas devido ao ataque do monstro. É um filmaço.

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