terça-feira, 23 de junho de 2009

Duplicidade

(Duplicity, 2009, Tony Gilroy)



Depois do seu imensamente hypado filme de estréia, "Conduta de Risco", um trabalho ao mesmo tempo superestimado e subestimado, que carrega um tom sóbrio e um tanto distanciado, é interessante que o filme seguinte de Tony Gilroy seja uma obra bem mais leve e com uma atmosfera bem diferente daquela apresentada em "Conduta...", apesar de que o foco também seja nas grandes corporações. "Duplicidade" se aproxima bem mais daquele cinema mais pop e "com classe" de um Steven Soderbergh da fase "Oceans", mas infelizmente Gilroy parece ser um cineasta bem menos virtuoso e mais inexpressivo no seu modo de conduzir a trama. Um dos pontos mais interessantes de "Conduta de Risco" é como o próprio filme parece cansado desse mundo complexo das multinacionais, sentimento expresso em seu protagonista. Seu novo longa, no entanto, parece desenvolver esse mesmo tema de um modo muito mais previsível, talvez até burocrático, com as usuais milhares de reviravoltas bem comum de se ver no gênero (mas a do final é bem boa, tenho que dar o braço a torcer). O maior problema é que as duas tramas existentes em "Duplicidade" não se casam muito bem: uma delas, envolvendo o familiar (para Gilroy, claro) mundo das corporações, e a outra, muito mais interessante, sobre o relacionamento entre os dois protagonistas, vividos por Clive Owen e Julia Roberts, de onde o filme tira os seus melhores momentos.

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