quinta-feira, 24 de julho de 2008

Batman - O Cavaleiro das Trevas

(The Dark Knight, 2007, Christopher Nolan)



Pertenço ao grupo dos que ficaram no meio termo, logo em um filme que praticamente despertou só opiniões extremas. Já vi alguns que não gostaram, mas certamente o grupo dos que amaram, que consideram a melhor adaptação de uma HQ de todos os tempos, que ficam fazendo campanha para que Ledger ganhe o Oscar, são muito mais numerosos (é só ver o top do IMDB). Sinceramente, escrevo sobre esse novo filme do Batman apenas para não deixar passar em branco, porque já tô um pouco cansando da ovação e das discussões em torno. Respeito a opinião dos que gostam (ei, mas eu gostei! Só não tanto...), mas algumas reações me parecem até surreais, de um exagero enorme.

O que achei mais curioso é fato de ser um filme dos coadjuvantes. Christian Bale é/está péssimo, sem o menor carisma (e toda a complexidade do protagonista parece não funcionar tanto devido justamente a isso, ao meu ver), enquanto Heath Ledger, merecedor de todos os elogios, brilhante mesmo e Aaron Eckhart, ator que gosto muito, em bela performance, se mostram muito mais interessantes (assim como seus personagens - a transformação em que esse segundo passa me parece muito crível, sim). O conflito em si existente entre tais personagens é sem dúvida intenso, especialmente em seu terceiro ato, que acho todo bem bom (as cenas do navio, principalmente). Mas só isso não é o suficiente para tanto ôba-ôba em torno, até porque existem coisas que realmente me incomodo.

Uma delas são os diálogos. Alguns embates verbais funcionam, mas a maioria é feita de didatismos e frases feitas que poderiam estar no blockbuster mais vagabundo (não fica muito atrás daquela hilária versão supostamente escrita pelo Michael Bay), mas, não sei, talvez seja culpa daquela voz grossa que o Bale faz quando está disfarçado, que acaba virando auto-paródia. Outro ponto é que Christopher Nolan continua sendo pra mim só um cineasta muito medíocre. Realmente não entendo o hype que gira em torno de sua figura (ok, em relação a Amnésia eu até compreendo, um filme com uma proposta inovadora - e acho fraco justamente porque acho que não passa disso mesmo -, mas não com seus trabalhos posteriores). Muitos o elogiam por ser sóbrio, mas pra mim parece apenas insosso, sem expressão. Cita Michael Mann e Francis Coppola (?!?!), mas tecnicamente esse O Cavaleiro das Trevas só me soa no máximo ordinário. Me parece também muito equivocado essa auto-importância contida aqui, é totalmente inflado, megalomaniaco mesmo.

E pra encerrar, mais uma ênfase em Heath Ledger e Aaron Eckhart, bens o suficiente para colocar o filme em um outro patamar (apesar de ter outras coisas interessantes, como já disse). Ah, e outra ênfase em Ledger.

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